Um sonho de tecnologia inclusiva que nasceu há 20 anos e que ainda hoje está longe de acontecer
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Para aqueles que apenas dão valor ao que é dito em inglês
Podem ver aqui mais recursos multimédia sobre a evolução do Infocid
Este Blog, para além de propor uma nova visão do Estado e do exercício da cidadania na Sociedade da Informação, visa chamar à atenção para os aspectos políticos, socio-organizacionais e semânticos na introdução das tecnologias da informação na administração pública. Pretende-se estabelecer uma comunicação regular com todos os interessados neste tema, resultante de muitos anos de experiência directa em muitas administrações públicas de todo o mundo.
Um sonho de tecnologia inclusiva que nasceu há 20 anos e que ainda hoje está longe de acontecer
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É preciso sair desta concentração e desta anarquia espontânea para passarmos a balancear opções mais centralizadoras ou federalistas, baseadas em critérios sérios, alinhados estrategicamente e co-optados de IT Governance.
O que vos propomos na figura é uma visão relativista dos ganhos e perdas de cada uma das opções e consequente modelo de gestão.
Julgo que a situação a que chegámos exige soluções e remédios federalistas de curto prazo, baseados em normas de interoperabilidade semântica e tecnológica, mas não nos podemos esquecer que o caminho para os serviços partilhados não tem retorno e que este modelo organizacional exige soluções tendencialmente uniformes e centralizadoras.
A opção por soluções horizontais e estruturantes (gestão documental, workflow, etc.) exige um cuidado especial do ponto de vista das leis da concorrência, da independência do país e do respeito por normas, por isso o FOSS (Free and Open Source Software) é uma opção cada vez mais séria a considerar, se quizermos ser transparentes, honestos e competentes nas escolhas que fizermos em relação ao futuro.
Ao contrário constatou-se que a desrupção e a reinvenção da roda verificada do XIV governo do PS para os XV e XVI governos do PSD conduziram-nos a uma queda abrupta que só parou num vergonhoso 13º lugar em 2005 (16º na UE dos 25)
Em 36 anos como funcionário público aprendi que:
Em todos estes anos acabei por constatar que os meus grandes sucessos e os meus grandes fracassos decorreram sempre de uma postura coerente e de que não me arrependo:
Numa palavra: Contrariei a natureza humana, para inovar e transformar os sistemas e os organismos por onde passei! Fui louvado e punido por isso, mas considero que o saldo da minha vida como funcionário público foi positivo e gratificante.
Obrigado a todos os que acreditaram e mim e me apoiaram e a todos os que me desafiaram pela frente, mas o meu desprezo a todos quantos me denegriram pelas costas, na maioria das vezes sem sequer me conhecerem pessoal ou profissionalmente.
[1] American Society for Public Administration
Agora parece que a União Europeia, na linha do que vem acontecendo com as Nações Unidas, retomou as preocupações de inclusão e democraticidade do e-Government. Portugal deve retomar também as preocupações e a estratégia pioneira que prestigiaram este pequeno país em todo o mundo.
Por enquanto ainda temos uma grande confusão no "Empowerment" e ainda estamos muito afastados do "Engagement".
Portugal foi pioneiro no e-Gov desde 1989 e mesmo em 1999 estava entre os melhores do mundo:
Assistimos nos últimos quatro anos a sucessos e fracassos, assim como aumentámos o número de adeptos e de adversários em relação às nossas ideias e valores, mas cada vez acredito mais no Processo Histórico e no triunfo da aprendizagem ao longo da vida. Como sempre a mudança é um processo longo, persistente e solitário.
Constata-se que:
Vale a pena abrir novos horizontes de estudo, tais como:
Referências integrais ao II no discurso do Ministro na posse do Director Geral a 9 de Maio de 2007:
Ver também a Crise de identidade da "Olívia"
A APDSI desenvolveu em seis meses um trabalho voluntário que integrou várias direcções gerais, institutos, autarquias, instituições financeiras, mediadoras imobiliárias e consultoras internacionais, visando "Reinventar um processo básico da AP". O processo escolhido foi a aquisição de casa para habitação, denominado "Casa na Hora".
Propôs-se a redução de 13 interacções do cidadão, para apenas 3, sem redução de nenhuma garantia para o cidadão e para as várias entidades intervenientes, apenas nos limitámos a propor a desmaterialização de alguns procedimentos através da criação de repositórios e identificações únicas (Dossier Electrónico do Imóvel) e eliminação de passos processuais totalmente inúteis numa lógica de relacionamentos digitais entre as várias entidades. Propôs-se a substituição de certidões pela troca de bits em back office e a sincronização progressiva dos repositórios sobre o Cadastro (nacional e autárquico), a Titularidade e a Tributação, cujo desfasamento é ainda hoje deveras preocupante.
Tratou-se de um trabalho exemplar de colaboração voluntária entre instituições públicas e a sociedade civil que, num prazo muito curto, tiveram a ousadia de participar num estudo estratégico de “reinvenção” do actual processo de compra de casa.
Em meu nome pessoal e da APDSI, quero deixar aqui um agradecimento muito especial a todos aqueles que acederam ao nosso convite e que participaram com generosidade e coragem neste estudo.
Há muito tempo que eu não assistia a uma mobilização tão evidente de consensos estratégicos em relação ao futuro, por parte de tantas entidades públicas e privadas.
Ainda há coisas que vale a pena fazer nesta vida e para mim esta foi uma delas!
Quantos processos básicos como este ainda se encontram à espera de estudos do mesmo género, sem limites de espaço político-institucional nem limites de tempo de legislaturas. É tudo uma questão de Boa Governança dos SI/TI, de se conseguir ter um novo olhar 3D sobre os processos e de um verdadeiro Empreendedorismo para mudar a AP.
As decisões de fazer Insource ou Outsource de SI/TI não são absolutas, pois deverão ter em consideração numerosos factores:
Não se pense que os riscos de dependência estão apenas associados ao outsorcing, pois em certas situações de insourcing mal gerido, também os activos de conhecimento pertencem mais às pessoas individualmente consideradas do que às organizações, enquanto entidades que deveriam valorizar e gerir os seus recursos internos de conhecimento.
Na Administração Pública, trata-se de um assunto de elevada soberania do Estado, que deveria ser mais cuidado do ponto de vista de gestão e ser menos objecto de posturas fundamentalistas e extremadas.
Podemos imaginar e até prever com alguma exactidão o futuro tecnológico, mas a absorção da tecnologia por parte das pessoas e das organizações é praticamente imprevisível.
Ao longo da História, o Homem tem demonstrado que é o maior inimigo de si próprio e dos instrumentos civilizacionais que cria em seu redor.
Tal como as professais da Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick em 1968 não se cumpriram em 2001, também não sabemos se daqui a dez, vinte ou quarenta anos a Administração Pública saberá realmente tirar partido da inovação tecnológica e da necessária qualificação dos seus funcionários.
Será que iremos continuar a fazer o que não devemos enquanto Humanos?
Vale a pena reflectir sobre as diversas características das organizações imaturas de SI/TI, por forma a evitar cair em "erros velhos":
Características das organizações maduras de SI/TI:
Ver também os modelos de maturidade de Nolan, McFarlan, Earl, Hirschheim, Bhabuta, entre outros.